terça-feira, janeiro 24, 2006

"The tyranny of the majority"

International Herald Tribune – www.iht.com

The tyranny of the majority

by Adam Cohen
MONDAY, JANUARY 23, 2006

NEW YORK During the War of 1812, an angry mob smashed the printing presses of a Baltimore newspaper that dared to come out against the war. When the mob surrounded the paper's editors, and the state militia refused to protect them, the journalists were taken to prison for their own protection. That night, the mob broke into the prison, killed one journalist and left the others for dead. When the mob leaders were brought before a jury, they were acquitted.

Alexis de Tocqueville tells this chilling story in "Democracy in America," and warns that the greatest threat the United States faces is the tyranny of the majority. His account of his travels through America in the 1830s is both an appreciation of American democracy, and a cautionary tale about its fragility.

Bernard-Henri Lévy, the French intellectual, has just written "American Vertigo," about his own travels along Tocqueville's route. It is an entertaining trip, as much in the tradition of Jack Kerouac as Tocqueville. His outsider's perspective sometimes lends insight. At other times, it just leads to odd advice.

Unfortunately, Lévy pays little attention to the issue Tocqueville was most intent on: how closely even a thriving democracy like America borders on tyranny. It is a subject that is particularly relevant today, with the president claiming he can wiretap ordinary Americans without a warrant, insisting on his right to imprison without trial anyone he labels an "enemy combatant," and warning critics of the Iraq war against "emboldening" the enemy. Entertaining as Lévy's book is, "Democracy in America" still provides far greater insight into contemporary American democracy.

The book Tocqueville produced - a first volume published in 1835, and a more somber one five years later - is full of keen observations about America. Tocqueville brought to his study of American democracy - which he was transmitting back to Europe, where democracy was on the march - the fear that democracy combined with a strong central power could lead to tyranny.

The Jacksonian Age that Tocqueville was writing about was a very different America, but the concerns Tocqueville raised still resonate. He worried that the state's power would end up concentrated in a single authority, until its citizens were "reduced to nothing better than a flock of timid and industrious animals, of which the government is the shepherd." He feared the majority would trample on minorities, like the mob that attacked the Baltimore editors. And he was concerned about tyranny of opinion, saying he knew of no country with "less independence of mind and true freedom of discussion" than America.

Tocqueville pointed to some bulwarks against tyranny. He was a firm supporter of checks and balances. And he had great hopes for the judiciary. Tocqueville would not be surprised that the Supreme Court has limited the Bush administration's excesses in the war on terror - or that the administration has been eager to nominate justices with an expansive view of presidential power.

Tocqueville would not have been distracted by all the talk that warrantless wiretaps, indefinite detainment of enemy combatants and other civil liberties incursions are serving the cause of freedom. He understood that the newest incarnation of despotism was likely to be ushered in by the "avowed lover of liberty" who is a "hidden servant of tyranny."

Nor, though, would he be likely to despair. Despite his fears, Tocqueville remained nervously optimistic about democracy. He knew that the kind of equality that had taken hold in America could lead to tyranny, but he also believed that it gave people a "taste for free institutions," which would lead them to resist. Equality "insinuates deep into the heart and mind of every man some vague notion and some instinctive inclination toward political freedom," he insisted, "thereby preparing the antidote for the ill which it has produced."

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Aqui para nós

Aqui para nós, que ninguém nos lê...
(...)
- "Um filme?"
- Por um filme.
- "Mas, que raio, por um filme..."
(...)
Não há uma razão única, mas apaixonei-me. Também, não sei porque te conto isto, mas por alguma razão simplesmente natural, vi-o, vejo-o e irei vê-lo como um passo, como uma intensão, como eternidade, como expulsão, como poesia, como amor, como um beijo.
(...)
- "Como alguém se apaixona... assim(?!)?"
- Não sei. É como se alguma coisa desatasse a bater como tambores dentro de ti...
- "... a bater como tambores..."
- Sim, a bater como tambores.
(...)
Quando o vejo, o tempo passa à velocidade da luz de baixo para cima de trás para diante. Há sempre mais um segredo que lhe descubro. Sei, depois, que não era segredo. Já cá estava dentro. Da última vez descobri-lhe o ser por ser.
(...)
- "Onde raio deixaste a tua sanidade mental?"
- ...tem palavras que embalam-me, fico de lábios abertos, com aqueles sorrisos puros
- "Com aqueles sorrisos puros?!"
- Sim, como sorrisos puros que são maiores que as palavras... é como se uma mão quente me embalasse garantindo que eu não fuja...
(...)
Olha-me de um jeito tão sério que quase, quase me intimida, não disfarçasse, eu atrapalhar-me-ia. Mas, balanço um sorriso e continuo. Arrepios frios atravessam-me o corpo, como a pressentir que a "coisa" será séria. O meu silêncio mantem-se desde o início, mantenho as palpebras dolorosamente abertas com medo que te perca algum traço do teu corpo. E o meu coração bombeia estrelas e sorrisos.
(...)
- "Estou a duvidar do que oiço..."
- Calculo que estas coisas te pareçam demasiado lamechas e piegas
- "Desculpa, mas nunca esperei ouvir algo semelhante..."
- É um estado de alma..
- "... estranho estado esse... tenho nomes para ele, queres saber quais?"
- Não.
(...)
Calculo que não saibas nada destas coisas. Mas, encontro-lhe movimentos sábios, dores de barriga... uma total linguagem de desordem.
_________________
Continua... talvez.

quinta-feira, janeiro 19, 2006

O sentido de Liberdade

Comprender o sentido de Liberdade é um dos pilares de cidadania. Daquilo que é ser-se cidadão - ser indivíduo em sociedade.
Ao longo da nossa história temos visto um ganho indiscutível de liberdade. Na nossa sociedade, o indivíduo liberta-se da ordem exterior (ou tem a tendência a libertar-se). Esta libertação leva o indivíduo a assumir opções de vida, opções morais, opções exitenciais, que no passado não teria de fazer. Estas, eram-lhe ditadas a priori fosse qual fosse o seu acto, pela estrutura social. Assumir a escolha é sentir-se responsável por elas, ser devedor, e ver-se obrigado a aceitá-las, a sofrer as suas consequências, aconteça o que acontecer, sem qualquer protecção. A Liberdade do indivíduo moderno é tambem a sua grande exposição. Ela tem um preço - quanto maior for a Liberdade maior o número de obrigações terá o indivíduo de interiorizar.
É importante quebrar o mito de que Liberdade é o poder ilimitado de acção, sem custos que restinjam essa mesma capacidade. É este mito, desfasado da realidade do funcionamento da engrenagem social, que coloca em risco a cidadania ou aquilo que se pretende de uma sociedade mais justa e próxima de todos.
O que verifico é a completa incompreensão desta simples constatação. Os problemas criados são mais que evidentes no quotidiano de cada um de nós.

quinta-feira, janeiro 12, 2006

Luz

Terça-Feira, 01:30

Depois de te ouvir pela quarta vez (ao telemóvel) e depois de te ter repetido não sei quantas vezes, os porquês de agora não estares, tu perguntaste o que eu queria.

Eu já desisti de ti. Tu já não estás no lugar onde sempre estiveste.

Falaste tanto tempo que esgostaste a capacidade de te ouvir. Falavas e eu estava ali... Nunca te respondi.

Sei que tu perguntaste o que eu queria.
"Mais luz" foi o que eu disse. "Mais luz?, que queres dizer com isso de... mais luz??", "Mais luz" - respondi. Pousei o telemóvel, desliguei e virei costas.

(Tu não acendeste a luz, lembras?)

Da luz que não tem definição. Da luz da esperança e da liberdade.

Este lado
(Octavio Paz)

Há luz. Não lhe tocamos nem a vemos.
Nas suas vazias claridades
Repousa tudo o que vemos e tocamos.
Eu vejo com as pontas dos meus dedos
O que os meus olhos apalpam:
Sombras, mundo.

Com as sombras traço mundos,
Dissipo mundos com as sombras.
Ouço palpitar a luz do outro lado.

Mas, há luz... que apagou e que dá a ver.
O que sinto com ela, é-lhe estrangeiro como um povo migrante, nómada, que acampou à beira de um rio gelado, com um nome que não sabe sequer pronunciar. Mas, se me lês sabes que este é o teu brilho.

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P.S.1: Há luzes visíveis e invisíveis.
P.S.2: Luz s.f. - fluxo radiante capaz de estimular e reproduzir a sensação visual; [fig.] Brilho; verdade; guia.
P.S.3: Há luz nos olhos e na boca.

domingo, dezembro 04, 2005

Afinal...

Sobre o amor dei-me com este comentário na Internet que deixo à vossa apreciação... Afinal, tudo pode ser mais simples do que pensamos.
Eu achei delicioso, e fiquei sem mais palavras. Afinal, está tudo aqui.
Esta foi a pergunta feita a um grupo de crianças dos 4 aos 9 anos, durante uma pesquisa feita por profissionais de Educação e Psicologia.
"Amor é quando alguém te magoa e tu, mesmo muito magoado, não gritas, porque sabes que isso fere os sentimentos da outra pessoa." Mathew, 6 anos.
"Quando minha avó ficou com artrite e deixou de poder dobrar-se para pintar as unhas dos pés, o meu avô passou a pintar as unhas dela, apesar de ele também ter muita artrite." Rebecca, 8 anos.
"Amor é quando uma menina põe perfume e o menino põe loção pós-barba e depois saem juntos e cheiram-se um ao outro." Karl, 5 anos.
"Eu sei que a minha irmã mais velha me ama, porque ela dá-me todas as suas roupas velhas e tem que sair para comprar outras." Lauren, 4 anos.
"Amor é como uma velhinha e um velhinho que ainda são muito amigos, apesar de se conhecerem há muito tempo." Tommy, 6 anos.
"Quando alguém te ama, a forma de dizer o teu nome é diferente..." Billy, 4 anos.
"Amor é quando tu sais para comer e ofereces as tuas batatinhas fritas, sem esperar que a outra pessoa te ofereça as batatinhas dela." Clissy, 6 anos.
"Amor é quando a minha mãe faz café para o meu pai e toma um gole antes, para ter certeza que está ao gosto dele." Danny, 6 anos.
"Amor é quem está com a gente no Natal." Bobby, 5 anos.
"Se queres aprender a amar melhor, deves começar com um amigo de quem não gostas." Nikka, 6 anos.
"Quando contas a alguém alguma coisa feia sobre ti e ficas com medo que essa pessoa por causa disso deixe de gostar de ti e ficas mesmo surpreendido, quando descobres que não só te continuam a amar, como ainda te amam mais!" Samantha, 7 anos.
"Há dois tipos de amor: o nosso amor e o amor de Deus. Mas o amor de Deus consegue juntar os dois." Jenny, 4 anos.
"Amor é quando a nossa mãe vê o nosso pai chegar suado e mal cheiroso e ainda diz que ele é mais bonito que o Robert Redford!" Chirs, 8 anos.
"Durante a minha apresentação de piano, eu vi o meu pai na plateia, acenando-me e sorrindo. Era a única pessoa que fazia isso e eu não sentia medo." Cindy, 8 anos.
"Amor é quando dizes a um rapaz que a camisa que ele usa é muito bonita e ele a veste todos os dias." Noelle, 7 anos.
"Não deveríamos dizer amo-te a não ser quando realmente o sentimos. E se sentimos, então deveríamos expressá-lo muitas vezes. As pessoas esquecem-se de o dizer." Jessica, 8 anos.
"Amor é abraçar, amor é beijar." Patty, 8 anos.
"Quando amas alguém, os teus olhos sobem e descem e pequenas estrelas saem de ti!" Karen, 7 anos.

quarta-feira, novembro 16, 2005

Falar de amor

Falar de amor
É um desafio falar de amor.
No último post "a palavra amor", criou uma discussão muito interessante. Houve comentários apaixonados, outros que questionaram, houve quem não comentasse porque a força da palavra antevê emoções incómodas... É um termo com força, que não é indiferente, que sabemos existir mas não sabemos o que é. "Ele" anda por aí, "ele" acontece..
Podemos pensar o amor. Podemos deixar a prudência para trás, por um momento, e pensá-lo. Não me parece, este ser um desafio estéril. Pelo contrário, pensar "o amor", é também, encontrar as bases que permitam conhecer o que somos, quem somos.
A constatação é simples: a complexidade que é pensar o amor necessita de uma racionalização aberta.
Vivemos sob o domínio das ideias racionalizadoras, que não consideram aquilo que se passa, mas que priveligiam os sistemas fechados, coerentes, consistentes. A ciência económica contemporânea, ciência formalizada, matemática são um magnífico exemplo de racionalização fechada, não considera as paixões, a vida, a carne dos seres humanos. É incapaz de efectuar uma previsão quando aparece um acontecimento inesperado.
O desafio está lançado. Pensar o amor de forma aberta. Trata-se de falar de incertezas, de caos. Não somos seres líquidos nem sólidos. Somos híbridos, que vivemos , que vivemos à temperatura da nossa combustão, da nossa destruição. Vivemos na e da projecção que fazemos e vivemos do e no outro.
O amor é o acontecimento inesperado, caótico que deriva do facto de aparecer em nós, de se projectar no outro e que se projecta do outro para nós. É um processo imprevisível e aparentemente desordenado. O amor é um processo regenerador. Ele provoca alterações biológicas visíveis, parece alterar a forma como abordamos o exterior. A desordem interna que causa é a fonte de regeneração do ser, da forma como eu vivo as coisas, como por consequência as altero. Provoca o caos e desse caos nasce um novo universo de formas.
O amor é como o universo, é um cocktail de ordem e de desordem, um cocktail muito diferente consoante os casos, as condições, os lugares, os momentos... Consoante o ângulo de observação, o mesmo fenómeno pode provir tanto da ordem como da desordem.
Falar de amor é encontrarmo-nos no nosso âmago, descobrirmo-nos. Seria bom sabermos o que é o amor ou pelo menos conseguir-lhe as pistas.
Dizer que amamos o outro implica todo um mundo novo. Tudo pode ser alterado quando dizemos "amo-te". O mundo pode simplesmente mudar. Acrescento - importante é que mude para melhor...
O amor é felicidade, mas também é dor.
Quantas vezes fechamos os olhos, recusamos olhar e dizemos a palavra mágica no escuro, à espera que possa fazer um milagre?
Quantas vezes criamos a ilusão?
Sendo o amor uma parte tão importante das nossas vidas, se não a mais importante, porque recusamos dar-lhe a atenção que merece?
Por uma vida mais feliz.
"Há já algum temo que os seres humanos se encontram a atravesar uma nova fase evolutiva, em termos intelectuais, na qual as suas mentes e os seus cérebros e as mentes que vieram da natureza resolvem fazer de aprendiz de feiticeiro e influenciar a própria natureza. Mas também é arriscado não aceitar o desafio e não tentar minimizar o sofrimento. Os riscos de não se fazer coisa nenhuma são ainda maiores. Fazer apenas o que a natureza dita só pode agradar áqueles que não conseguem imaginar mundos melhores e alternativas melhores. Áqueles que pensam que já estão no melhor dos possíveis mundos."
in: O erro de Descartes, António Damásio

sábado, novembro 12, 2005

"A palavra amor"

A palavra amor
"Estou apaixonado pelo amor, mas tão terrivelmente apaixonado que ponho a palavra em todo o lado, decompondo-a repetidamente em todas as letras com que é escrita, e vejo-a em tudo para onde olho, e noto-a em tudo o que noto, e sinto-a em tudo o que sinto, e deixo-a onde sempre quero, que é invariavelmente naquilo em que preciso para ser feliz, e chamo-lhe nomes baixinho, segredo-lhe suspiros ao ouvido, toco-a enquanto escrevo nas linhas da mão.
E eu, que não sei bem se acredite ou não em Deus, acredito tanto nela que mesmo se Deus viesse para pôr ali o seu dedo, julgo que ficaria como eu, parado, deslumbrado, tão petrificadamente emocionado que acabaria por perceber que mais nada valeria a pena fazer, pois que assim já estava perfeito. Até que, como um menino (em Deus-menino acredito muito facilmente), rebolaria na areia até ficar croquete, lançar ao mar numa garrafa, vidro verde meio baço, tampa cuidadosamente calafetada, uma mensagem em letra mal escrita de espuma de apenas uma palavra: amo tracinho te.
Gosto muito da palavra amor, mas gosto ainda mais daquilo para que ela serve."
in: Preciso de ti, Pedro Strecht, Assírio & Alvim, Lisboa, 1999, pág. 35.
O excerto que aqui trancrevo de Pedro Strecht, além de ser uma pérola para os sentidos, toca nos pontos fundamentais do sentir. A beleza do texto encontra a sua fonte na beleza do sentir amor, naquilo que "ele" pode ser.
O amor é um desses "contactos" ou é "o contacto" entre humanos que mais banalizado foi. A palavra "amor" surge em todo o lado, usada para todos os fins... parece já não suscitar aquilo que realmente é. Ás vezes parece gasta, ultrapassada... vive momentos de crise. Usa-se a palavra amor para quase tudo, ouvimo-la com tanta frequência e nas situações mais inesperadas que a palavra já não é aquilo que representa.
"Gosto muito da palavra amor, mas gosto ainda mais daquilo para que ela serve."

terça-feira, novembro 08, 2005

Yo Yo Ma


Yo Yo Ma

Há coisas, acontecimentos, imagens, momentos, pessoas, cores... e músicas que têm o dom de nos fazer sentir, que nos marcam e ficam a fazer parte de nós. Entram sem pedir licença e ficam.

Presto humilde homenagem a Yo Yo Ma, pelo que me oferece.

domingo, novembro 06, 2005

Vinicius de Moraes

O que se pode dizer de Vinicius de Moraes? Eu, não digo nada...
"De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo"
A dor a mais
Vinicius de Moraes / Francis Hime

Foi só muito amor
Muito amor demais
Foi tanta a paixão
Que o meu coração, amor
Nem soube mais
Inventei a dor
E como ela nos doeu
Ah, que solidão buscar perdão
No corpo teu
Tanto tempo faz
Tens um outro amor, eu sei
Mas nunca terás
A dor a mais
Como eu te dei
Porque a dor a mais
Só na paixão
Com que eu te amei

© Tonga Editora Musical LTDA

"Nada há que não possa ser alterado"

"Nada há que não possa ser alterado."
É o que eu gosto de pensar, não o que necessariamente é. Até porque os anos passam e eu (vou-me "passando"!) aprendo que há coisas que parecem, enfadonhamente, inalteráveis. Não sei se é bom se é mau... Há coisas que ficarariam bem para sempre intocáveis... mas não ficam, e de imediato "- nada há que não possa ser alterado". E, há aquelas coisas que gostariamos de alterar, mas não há forma de o fazer (aparentemente).
Por vezes, o "jogo" reinventa regras para as quais não fui, antecipadamente informado... Ás vezes, é isso que mais me irrita. Já me disseram "- Isso irrita-te... ainda?" E é o "ainda" que me irrita, ainda, mais... Não, eu não acordo irritado! Eu sofro dessa doença a que chamam de "optimismo", como tal dizem (e eu reconheço) que sou um optimista.
No mundo, estranho, dos optimistas nem tudo é rosas... Ser-se optimista é ser-se masoquista. Um optimista tende a encontrar perfeições onde elas (já se sabe) não existem, um optimista olha sempre para a frente com um sorriso, um optimista entrega-se, um optimista acredita, um optimista arrisca, um optimista pensa que "desta, sim, desta é que é"... E, por acreditar, entregar, sorrir, um optimista (mais tarde ou mais cedo - tende a ser sempre mais cedo) é entregue à amarga tempestade da desilusão. A desilusão é como o vento que se abate nas rochas, gasta e consome lentamente...
Amanhã é um outro dia.