sexta-feira, janeiro 20, 2006

Aqui para nós

Aqui para nós, que ninguém nos lê...
(...)
- "Um filme?"
- Por um filme.
- "Mas, que raio, por um filme..."
(...)
Não há uma razão única, mas apaixonei-me. Também, não sei porque te conto isto, mas por alguma razão simplesmente natural, vi-o, vejo-o e irei vê-lo como um passo, como uma intensão, como eternidade, como expulsão, como poesia, como amor, como um beijo.
(...)
- "Como alguém se apaixona... assim(?!)?"
- Não sei. É como se alguma coisa desatasse a bater como tambores dentro de ti...
- "... a bater como tambores..."
- Sim, a bater como tambores.
(...)
Quando o vejo, o tempo passa à velocidade da luz de baixo para cima de trás para diante. Há sempre mais um segredo que lhe descubro. Sei, depois, que não era segredo. Já cá estava dentro. Da última vez descobri-lhe o ser por ser.
(...)
- "Onde raio deixaste a tua sanidade mental?"
- ...tem palavras que embalam-me, fico de lábios abertos, com aqueles sorrisos puros
- "Com aqueles sorrisos puros?!"
- Sim, como sorrisos puros que são maiores que as palavras... é como se uma mão quente me embalasse garantindo que eu não fuja...
(...)
Olha-me de um jeito tão sério que quase, quase me intimida, não disfarçasse, eu atrapalhar-me-ia. Mas, balanço um sorriso e continuo. Arrepios frios atravessam-me o corpo, como a pressentir que a "coisa" será séria. O meu silêncio mantem-se desde o início, mantenho as palpebras dolorosamente abertas com medo que te perca algum traço do teu corpo. E o meu coração bombeia estrelas e sorrisos.
(...)
- "Estou a duvidar do que oiço..."
- Calculo que estas coisas te pareçam demasiado lamechas e piegas
- "Desculpa, mas nunca esperei ouvir algo semelhante..."
- É um estado de alma..
- "... estranho estado esse... tenho nomes para ele, queres saber quais?"
- Não.
(...)
Calculo que não saibas nada destas coisas. Mas, encontro-lhe movimentos sábios, dores de barriga... uma total linguagem de desordem.
_________________
Continua... talvez.

9 comentários:

polegar disse...

borboletas na barriga que não terminam no primeiro beijo, na primeira vitória. aí encontramos o sentido dos dias.

Anónimo disse...

Lindo.
Pequenos pormenores...
Pequenos fotões de Luz...
Lindo. Grande.

Madame Pirulitos disse...

Pensei num teu post anterior. É a continuação. São luminiscências. Tão, tão bonito...

colher de chá disse...

a sensação sem sensação, porque não lhe consigo dar um nome.
no entanto, A Sensação por excelência.
obrigada por tão linda partilha*

Rui Miguel Ferreira disse...

Olás!

Polegar: Borboletas e toda a fauna que quiseres imaginar...

Ernest: ...bigado pela tua simpatia.

Macaso: ..humm, qual post anterior?

Colher de Chá: a Sensação por excelência?... Diz-me se há uma sensação "por excelência"..

Obrigado a todos pela vossa visita!

Madame Pirulitos disse...

Eu sei que falo por meias palavras...pensei que me percebesses. Uma espécie de tele(patia). O da luz, é claro.

Beijinhos

Rui Miguel Ferreira disse...

...áhhh o da "Luz"... cabeça a minha...

Bjos
Rui

Anónimo disse...

Pois, disseste que continuavas mas se calhar não. Parece que já passou ou então que mudou de forma. summer

Rui Miguel Ferreira disse...

Zahaara, já viste o filme "Shakespeare in love"?

Bjos
Rui